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Espírito que quis provavelmente descrever as sensações que teve no momento da sua passagem a um grau superior e o encontro com Jesus.

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Espírito que quis provavelmente descrever as sensações que teve no momento da sua passagem a um grau superior e o encontro com Jesus. A segunda morte, que André Luiz comentou em seus livros, a perda do corpo perispiritual. Psicografada a Johann Kaspar Lavater (Zurique, 15 de novembro de 1741 – 2 de janeiro de 1801), foi teólogo, filósofo e pastor nascido em Zurique, Suíça.

Ao término da leitura, pensamos, “quero sentir isso...”

Querido amigo.

Das mil coisas a respeito das quais desejara falar-te, apenas me ocuparei por esta vez de uma única, que te interessará mais do que todas as outras. Para isso foi mister licença especial, pois os Espíritos nada podem fazer sem permissão. (19) Vivem exclusivamente na vontade do Pai Celestial, que transmite suas ordens a milhões de seres como se fossem um só, e responde instantaneamente a uma infinidade de matérias, aos milhões inumeráveis de criaturas que se dirigem a Ele. Como te farei compreender o modo pelo qual cheguei a ver o Senhor?

 

Oh! foi muito diferente daqueles que vós os mortais podeis imaginar. Depois de muitas aparições, instruções, explicações e gozos, que me foram concedidos por graça do Senhor, atravessei uma região bem-aventurada ou éden, em companhia de outros Espíritos que já se haviam elevado pouco mais ou menos ao mesmo grau de perfeição que eu. Ao lado uns dos outros, em doce e agradável harmonia, formando como que uma leve nuvenzinha, gozávamos o

mesmo sentimento de atração, a mesma propensão para um alvo elevadíssimo e passeávamos por aquele sítio encantador. Ligávamo-nos cada vez mais uns aos outros, e, à medida que nos adiantávamos, nos sentíamos mais íntimos, mais livres, mais alegres, mais aptos para gozar, e dizíamos:

Oh! como é bom e misericordioso Aquele que nos criou! Aleluia ao Criador!

O Amor é que nos criou! Aleluia ao Amor! Animados por tais sentimentos, seguimos nosso voo e paramos ao pé de uma fonte. Ali, sentimos que alguém anunciava a sua presença como que pelo roçar de uma leve brisa: era um ser angélico e nele havia alguma coisa imponente que atraiu nossa atenção. Uma luz deslumbrante, até certo ponto semelhante à dos Espíritos bem-aventurados,

nos inundou. Este é também dos nossos, pensamos simultaneamente e como por intuição. Então desapareceu a luz e no mesmo instante nos pareceu que estávamos privados de alguma coisa. Que ser tão belo, dissemos, que donaire majestoso e ao mesmo tempo em que graça tão infantil! Que doçura e que majestade!

 

Enquanto assim falávamos, uma forma graciosa, emergindo de deliciosa ramagem, apareceu-nos de repente e dirigiu-nos afetuosa saudação. Nenhuma semelhança havia entre a precedente aparição e o recém-vindo, pois este tinha alguma coisa de superiormente elevado e, ao mesmo tempo, inexplicável. 

- Sede bem-vindos, irmãos! - disse ele, e então respondemos:  

- Bem-vindo sejas tu, bendito do Senhor! O céu se reflete em tua face e dos teus olhos se irradia o amor de Deus.

- Quem sois? - perguntou o desconhecido. '- Somos alegres adoradores do Amor todo-poderoso - respondemos.

- Quem é o Amor todo-poderoso? - redarguiu ele com sua inimitável graça.

- Não conheces então o Amor todo-poderoso? - lhe repliquei eu por todos.

- Conheço-o, em verdade - disse o desconhecido com voz cada vez mais melíflua.

- Ah! se dignos fôssemos de vê-lo, de ouvir sua voz! Mas não nos consideramos bastante purificados para contemplar diretamente a mais santa pureza! A estas palavras, ouvimos atrás de nós soar uma voz que nos disse: "Estais purificados e lavados de toda a mácula. Estais declarados justos por Jesus-Cristo e pelo espírito de Deus vivo!" Uma felicidade inexplicável se apossou de nós e no mesmo instante desejamos volver para o sítio donde vinha aquela voz, a fim de adorarmos de joelhos o nosso invisível interlocutor.

Que sucedeu! Cada um de nós ouviu instantaneamente um nome que nunca ouvíramos pronunciar, e cada um compreendeu e reconheceu que era seu nome que fora designado pela voz do desconhecido. Espontaneamente, com a velocidade do raio, todos, como um só, nos voltamos para o adorável interlocutor, e, então, ele assim nos falou com indizível graça: “Encontrastes o que procuráveis. Quem me vê, vê o Amor todo-poderoso. 

Conheço os meus e os meus me conhecem. Dou às minhas ovelhas a vida eterna e elas não perecerão na eternidade. Ninguém poderá arrancá-las das minhas mãos e das mãos de meu Pai, pois Ele e eu somos um”. Como explicar-te, por palavras, a doce, suprema felicidade de que nos sentimos possuídos quando ele, que a cada momento se fazia mais luminoso, mais gracioso e mais sublime, estendeu-nos seus braços e pronunciou estas palavras, que soarão eternamente para nós, sem que haja poder algum capaz de apagá-las de nossos ouvidos e de nossos corações: "Vinde, eleitos de meu Pai; tomai posse do reino que vos foi designado desde o princípio dos séculos."

 

Depois abraçou-nos simultaneamente e desapareceu. Ficamos silenciosos e sentimo-nos estreitamente unidos por toda a eternidade, fundimo-nos suavemente na verdadeira felicidade. O Ser Infinito veio unificar-se conosco e, ao mesmo tempo, tornou-se nosso todo, nosso céu, nossa vida em sua mais real expressão. Mil novas vidas pareciam animar-nos. Nossa existência anterior desvaneceu-se; estávamos como que nascendo para uma vida nova, prelibando a imortalidade, isto é, havia em nós uma superabundância de vida e de forças que traziam consigo o selo da imortalidade. Por fim recobramos a voz. Ah! se eu pudesse comunicar-te, mesmo que fosse somente diminuta, parte da nossa entusiástica adoração! 

 

Deus existe! Nós existimos! Por si, só Ele é tudo! Seu ser é vida e amor! O que vê, vive e ama, é inundado dos eflúvios da imortalidade e do amor que são emitidos de sua divina face. Vimos-te, ó todo-poderoso Amor! Tu te manifestaste aos nossos olhos sob a forma humana, tu, Deus dos deuses, e, entretanto, não foste Homem nem Deus, tu Homem-Deus! Só te revelaste como amor, e te mostraste todo-poderoso somente como amor! Tu nos sustentas por tua onipotência para impedir que a força de teu amor, embora suavizado, nos absorva! 

És tu a quem glorificam os céus, tu, oceano de bem-aventurança e onipotência, tu, que encarnado entre os homens vieste regenerá-los e que, derramando teu sangue, suspenso da cruz, te revelaste humano? Oh! sim, és tu! glória de todos os seres! Ser, diante de quem se inclinam todas as naturezas que desaparecem à tua vista para serem chamadas a viver em ti! Da tua irradiação desperta-se a vida em todos os mundos, do teu peito desprende-se o amor! Tudo isto, querido amigo, é apenas uma pequeníssima migalha, caída da farta messe das inefáveis felicidades com que me alimentei então.

 

Aproveita essas minhas comunicações e bem depressa outras te serão dadas. Ama e serás amado, pois só o amor pode fazer a felicidade. Oh! Querido amigo é pelo amor somente que me posso aproximar de ti, comunicar contigo e mais depressa conduzir-te ao manancial da vida.

Deus e o Céu vivem no amor, como vivem na face e no coração de Jesus-Cristo. 

 

Segundo a vossa cronologia terrestre, escrevo esta a 13 de novembro de 1798.

Makariosenagape 

Fonte: Revista Espírita, Ano XI, V. 4, abril de 1868

Por toda parte e em todos os degraus da escala da Criação, há somente uma vontade diretriz. O mundo dos

Espíritos, sociedade muito semelhante à nossa em certos pontos, está submetido a leis que não permitem a ninguém se desviar do plano da harmonia geral. Lede "O Livro dos Espíritos".

Esse Espírito quis provavelmente descrever as sensações que teve no momento da sua passagem a um grau superior.

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